John Egglen era um homem simples da cidade de Colchester, na Inglaterra. Era a manhã do dia 6 de janeiro de 1850. Sua cidade enfrentava uma das maiores tempestades de neve já registradas, tornando loucura qualquer habitante local se aventurar fora de casa.
Egglen, era diácono da pequena Igreja Metodista Primitiva local. Ele estava indeciso se deveria enfrentar a tempestade e ir ao culto ou ficar no aconchego do lar. Além disso, com o mau tempo, quase ninguém iria à igreja.
Mas um pensamento invadiu a sua mente: se todos pensasse em ficar em casa, não haveria culto. Então, tomado pelo dever, como membro e oficial da igreja, vestiu seu casaco e decidiu enfrentar o clima hostil.
Foram 9 km desafiadores. A tempestade de neve estava implacável. Mas Egglen, enfim, depois de muito esforço pelas ruas frias, chegou na igreja. Ao entrar no local, encontrou ali apenas 12 pessoas. Apesar de todos terem demonstrado coragem de enfrentar o frio, aos poucos começaram a entender que era melhor voltar para casa. Afinal nem pregador tinha, porque o pastor havia ficado preso em casa devido à neve.
John Egglen discordou, porque muitos haviam vindo de longe para o culto. Então pediram que ele mesmo pregasse e realizasse o culto. Mas apesar de diácono, havia um problema: com 26 anos, ele jamais havia pregado e estava com a roupa toda ensopada de neve. Nunca havia sequer treinado para isso. Mas determinado a fazer o culto acontecer, ele topou o desafio.
Assim que ele começou a pregar, entrou um adolescente de 13 anos na igreja. O menino tinha outros planos, mas precisou buscar refúgio da forte tempestade na igreja e se sentou. Era a primeira vez dele naquela igreja. Ninguém ali sabia, que ele era uma grande dor de cabeça para a mãe. Ela orava sempre para que Deus transformasse sua vida.
John Egglen, apesar de nunca ter pregado antes e sem qualquer aptidão para pregar, assumiu a responsabilidade de conduzir o culto. Com um sermão improvisado baseado em Isaías 45:22, ele proferiu uma mensagem simples e curta. Ele gaguejava e repetia várias vezes as frases. Seu sermão mal durou 10 minutos.
Quase finalizando o sermão, ele foi tomado por um desejo de se dirigir ao jovem visitante. Olhou diretamente para ele e disse:
“Você parece muito infeliz, e você sempre será infeliz; infeliz na vida e infeliz na morte, se você não der ouvidos a este texto. Mas se você der ouvidos, neste momento, você será salvo.
O menino foi tocado por aquela mensagem profundamente. Deixou a capela naquela manhã, com um coração transformado. Então contou para sua mãe o que tinha acontecido e expressou o desejo de ser batizado. Sua vida havia mudado para sempre.
Aquele adolescente, não era ninguém menos do que Charles Haddon Spurgeon.
Anos mais tarde, o próprio Spurgeon deu testemunho sobre aquele dia: "Eu olhei e ali mesmo a nuvem de meu coração foi erguida, as trevas se dissiparam e, naquele momento, eu vi o sol. Eu olhei e contemplei o filho de Deus na Cruz, o túmulo vazio e eu pude crer. Eu olhei, e fui invadido por uma graça tal que me fez estremecer… E então não pude resistir!”.
Quatro meses depois, Spurgeon se batizou, um ano depois, com 14 anos, pregava seu primeiro sermão. Aos 20 anos foi convidado para ser pastor, se tornando um dos maiores pregadores de todos os tempos. Os locais que ele pregava mal cabiam as pessoas, que vinham de longe para vê-lo.
Deus ia operando mais e mais em sua vida. Pregava para dezenas de milhares de pessoas, plantou mais de 50 igrejas, fundou orfanatos, escreveu mais de 140 livros e pregou por 31 anos.
Há poder no Evangelho de Jesus! Ele nos capacita. Não existem grandes homens de Deus, existe um Deus grande, que usa homens limitados e imperfeitos. Alguns serão como John Egglen, outros como Spurgeon, mas a Glória e o poder de transformar será sempre de Deus.