É uma grande frustração pedir algo a Deus e não ter nossa oração respondida. Um exemplo é quando oramos para que um amigo seja curado, mas assistimos impotentes ele piorando. Ou ainda, pedimos que um parente seja salvo apenas para vê-lo mergulhar ainda mais fundo no pecado.
Por fim, oramos pelo futuro de uma criança apenas para vê-la perecer em algum acidente trágico ou ferimento autoinfligido. Rogamos a Deus que nos liberte de uma situação prejudicial, mas não vemos resgate. Ou ainda, pressionamos Deus por libertação de uma influência negativa ou hábito persistente, mas não vemos nenhuma mudança.
O que torna tudo pior é que lemos sobre pessoas na Bíblia que receberam respostas rápidas às orações. Outros receberam respostas, mas tiveram que persistir em perguntar por meses, anos ou mesmo uma vida inteira. Só que, mesmo na Bíblia, muitos ainda morreram sem ver resposta.
Saiba isto: a vida é uma batalha em que até o mais santo e fiel dos crentes é forçado a lutar contra a prova de orações sem resposta.
Não existe um motivo "tamanho único" para orações não respondidas. Cada situação é diferente, assim como a vida espiritual de cada um. Existem princípios claros, no entanto, que devem nos dar alguma compreensão.
É importante perceber que a resposta para algumas de nossas orações só pode vir após irmos para o céu. Por quê? Acima de tudo, a oração atendida precisa operar dentro das restrições das escolhas de livre arbítrio de todos os envolvidos. Por isso, a resposta à oração pela salvação de um familiar nunca pode ser produto da coerção divina, muito menos pode ser manipulada pelo cronograma movido da nossa emoção. Ou seja, Deus tem seus próprios meios e sua sabedoria vai muito além de nossas prioridades e compreensões.
Quando oramos por algo que seja consistente com Sua vontade revelada, como a salvação de um familiar (1 Timóteo 2: 4; Atos 16:31), Deus começa a trabalhar imediatamente, embora possamos não ver nenhuma evidência disso. Por que o atraso? Porque compreender a resposta, às vezes, é mais complexo do parece e fundamental.
Em resumo, o silêncio de Deus quando oramos nos força a decidir de uma vez por todas se Ele é bom ou não. Como Oswald Chambers escreveu: "O centro de todo pecado é a dúvida de que Deus é bom".
Às vezes, nós nos enganamos pensando e pedindo que queremos a libertação de um pecado, quando, na verdade não queremos. Por exemplo: orei durante anos para ser liberto do poder de um pecado que me assedia e não obtive alívio. Uma noite, o Espírito de Deus desceu sobre mim e imediatamente soube que Ele havia finalmente respondido minha oração. Meu primeiro pensamento foi "Finalmente Deus, obrigado!", mas meu segundo pensamento foi "Oh, não!".
Veja, naquele momento, fiquei cara a cara com o fato de gostar mais do pecado do que amava a Deus. Da mesma forma, eu amei o prazer e o conforto temporário que isso trouxe. Eu ainda dependia dele, e não de Deus, para suportar o profundo quebrantamento em mim que permaneceu sem cura. Como resultado, eu vinha suplicando a Deus com lágrimas, por anos, por algo que eu realmente não queria.
Depois que tivermos finalmente amadurecido o suficiente para fazer entender as coisas, Deus nos livrará da armadilha do passarinheiro (Salmo 91: 3). Enquanto isso, devemos orar para que Deus opere em nós o desejo genuíno de sermos livres (Filipenses 2: 12-23).
Entenda, quando temos uma oração não respondida e Deus não dá o que queremos quando queremos, é porque Ele vê em nosso coração que ainda não estamos prontos para valorizar e entender a resposta - que quando as coisas ficarem muito difíceis, abandonaremos o que foi feito por nós. Além disso, Jesus falou a mesma coisa em Sua parábola das sementes plantadas em solo rochoso, espinhoso e bom (Mateus 13: 18-23). Em resumo, da perspectiva de Deus, o sangue de Seu Filho torna muito precioso tudo o que Sua morte e ressurreição alcançou.
Ainda há casos em que Deus está tentando nos proteger de nós mesmos. Por exemplo, aprendemos um princípio muito importante em 2 Pedro 2: 20-22 - que para aqueles que experimentaram o santo dom do perdão divino e que retornam a uma vida de pecado, é melhor que não tenham conhecido o caminho da justiça. Da mesma forma, encontramos um sentimento parecido em Hebreus 6: 4-8; 10: 37-39, Gálatas 4: 8-9 e Lucas 9:62. Em Sua misericórdia, Deus retém a resposta para não nos colocar nessa posição.
A Bíblia tem muito a dizer sobre a oração. Vamos examinar algumas das coisas que podem atrasar ou impedir uma resposta.
Você ainda não é um crente verdadeiro, portanto, não tem sinceridade para se apresentar diante de Deus (Atos 2:38; 4:12; João 3: 16-18; 14: 6).
Você pode não ter se engajado adequadamente na batalha, protegendo seu coração e mente, portanto, não está pronto para participar da resposta (Filipenses 4: 7; 3:19; 2 Coríntios 10: 5).
Você ainda pode precisar obedecer à ordem de Deus para buscar a renovação da sua mente (Romanos 12: 2; Colossenses 3: 2-3; Mateus 22: 37-38).
Sua compreensão sobre uma oração respondida pode ser incompleta (Atos 17:11).
Você pode ainda estar vivendo em pecado contínuo. Por isso, está entristecendo o Espírito Santo por seus pensamentos, palavras, crenças ou ações (Efésios 4: 28-32; 1 Tessalonicenses 5: 19-22; Salmo 66: 18).
Seu casamento terreno pode ser caracterizado por raiva e falta de perdão (1 Pedro 3: 7; Efésios 4: 26-27).
Você pode estar, em certo sentido, negando seu amor a Deus por se apegar ao amor do mundo (1 João 2:15; Romanos 12: 2; Tiago 4: 4; João 3:19).
Você pode estar negando o perdão a uma ou mais pessoas (Efésios 4: 31-32; Mateus 5: 24b; 18:35).
Você pode ter negligenciado ou se recusado a buscar a reconciliação com alguém contra quem você pecou ou que pecou contra você (Mateus 5: 23-24; 2 Coríntios 5: 18-19).
Suas orações podem ser casuais, arrogantes, indelicadas ou de alguma outra forma que não estejam de acordo com a majestade de Deus (Hebreus 5: 7).
Você pode não estar pedindo com fé (Tiago 1: 6-8; 5:15; Hebreus 11: 1, 6; Marcos 11:24; Romanos 10:17).
Você pode ter desistido fácil e ter persistido pouco em sua oração. (1 Tessalonicenses 5:17; Lucas 18: 1-8).
Você pode estar pedindo algo que não é bom ou sábio aos olhos de Deus (Mateus 7: 7a, 8a, 11c).
Pode ser que você tenha orado com motivos errados, como orar para ser visto pelos homens (Tiago 4: 2d-3b; Mateus 6: 1-6; Hebreus 4: 12-13).
Você pode ter pedido mais por sua ganância do que por suas necessidades (Filipenses 4:19).
Você pode não estar vivendo um relacionamento de amor íntimo com Deus (Mateus 22:27; João 14:20; 15: 7-8).
Você pode não ter buscado, recebido, examinado e respondido apropriadamente à revelação de idolatria de Deus em sua vida - intelectual ou não (Efésios 5: 3-5; Colossenses 3: 5; Romanos 1: 24-25; Êxodo 20: 3).
Você pode não ter um amor genuíno por Deus, pelos irmãos ou por aqueles que não conhecem a Deus (Lucas 6:38; Efésios 3: 17b-19; João 14:15; Provérbios 21:13).
Você pode ter pedido coisas que não estão de acordo com a Sua vontade (1 João 5:14; Romanos 12: 2).
Você pode não ter buscado a Deus, Seu reino e Sua vontade de todo o coração (Filipenses 2: 12-13).
Seu pedido pode ser do tipo que requer não apenas oração, mas jejum (Marcos 9: 17-29, KJV).
Você pode não ter pedido em nome de Jesus (João 14: 13-14; 15:16; 16: 23b-24).
Você pode não estar ciente das questões maiores que cercam uma resposta perfeita à sua oração, mas Deus sabe (Habacuque 2: 3; Eclesiastes 8: 6).
Seu pedido pode não corresponder com os planos e propósitos finais de Deus (Daniel 2:21; Efésios 1: 7-10; 18-23; 3: 10-11).
Uma vez que você tenha atendido a esses e possivelmente outros critérios, Deus responderá à sua oração, suprirá todas as suas necessidades e fornecerá "boas dádivas" do alto (Tiago 1:17).
Entretanto, se você for um novo cristão, Deus provavelmente não exigirá a adesão a todos os critérios listados acima. Ele vai responder conforme a luz que você tem. No entanto, Ele o chamará para crescer na fé, o que o conduzirá a toda a verdade, com as responsabilidades que o acompanham (João 16: 13-14; João 8: 31-32).
Portanto, a oração nos força a decidir se Deus é bom ou não. Ao afinal, quando tudo tiver passado, entenderemos completamente as razões dos parâmetros que Ele estabeleceu e O louvaremos por eles. Então começará nossa vida maravilhosa.
Em conclusão, o principal objetivo da oração é que o Pai seja glorificado (João 14:13). Pois é conhecendo-O que podemos ser libertos das coisas deste mundo e das complicações do reino das trevas.
Deus pode ter um propósito e responder à sua oração de forma rápida, apesar desses princípios básicos. Entretanto, caso a resposta não venha, talvez você precise analisar essas questões para que sua prece seja finalmente respondida.